
Adaptação na escolinha
Postei outro dia aqui no blog sobre a decisão de mudar a Helena da escola. Como comentei há uns dias atrás não foi uma decisão fácil, a Helena estava super bem na escolinha que estudava e eu amava inclusive a escola. A mudança aconteceu por conta de um único critério que eu e o meu marido achamos muito importante: o inglês. Eu não sou fluente na língua, meu marido é, então sempre pensei em escolher em uma escola bilíngue/ou americana desde que ela nasceu, mas quando ela entrou na escola com 1 ano e 9 meses, ela ainda não falava muito bem, e dei prioridade naquele momento a ela aprender o português mais rapidamente optando por uma escola brasileira, construtivista (um método que eu amo!). E então Helena ficou 2 anos nesta escola, e 2 anos muito bem adaptada: nunca chorou na escola, nunca reclamou…e acho que por isso que o choque para mim desta vez, com esta adaptação está sendo tão grande…
E desta vez tudo está sendo diferente: a entrada na nova escola, antes cheia de empolgação durou um dia (1!!!). E ela então passou a reclamar bastante comigo na saída da escola(mas nenhum momento chorou), hesitar em IR para a escola, e apesar de ficar lá super bem conforme relato das professoras, para mim ela sempre trazia algo “ruim”…e eu que já estava “um pouco chateada”- até me culpando, comecei a me abalar…
A primeira semana foi contada dia a dia na página do face do blog, vou dividir aqui com vocês:
day1:
E hoje foi o 1o dia de aula da Helena na escola nova e em turno novo: manhã! E a primeira frase dela do dia foi: “mamãe me deixa dormir mais na minha caminha” morriii !!! Que dor no coração de acordar estes pequenos cedinho neste frio!!Passado o frio o 1o dia foi bacana e estamos aqui em adaptação! Vou contando para vocês!
day2:
A adaptação na escola nova está indo bem. Helena está aproveitando e descobrindo a nova escola! Não chorou nenhuma vez!
Acho que vai ser para sempre assim: ela foi feliz na outra escola e será nesta!
Ela expressou a saudades…”mamãe eu tô com saudades da outra escola”
E eu sofro mais que ela….
day3: Ainda sobre a adaptação da Helena na nova escola: sinto que Helena está mais manhosa. Ela não chora para ficar na escola, mas têm chorado mais em situações que ela lidava bem, têm pedido mais minha presença.
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Várias mamães que me acompanham por lá deram dicas e trocamos informações, o bacana da fan page é isso: a interação e a troca que temos por lá, mas mesmo elas me dizendo que a adaptação é assim eu continuava suuuper insegura.
E assim que hoje, deixando a Helena na escola, num bate papo com a nova professora (que é uma fofa) eu desabei! Chorei… e chorei muitoooo! E então não foi a Helena que chorou para ficar na escola, foi a mamãe que chorou para deixá-la!
Passei o dia refletindo sobre o meu comportamento (choro) e sobre o comportamento da Helena estes dias (insegurança) e acreditem: tenho certeza que a confiança dela na nova escola só estará completa quando a mamãe aqui estiver com o coração seguro. Tão difícil falar sobre filhos, e falar sobre sentimentos ainda é um pouco mais.
Explicar em palavras o bombardeio de sentimentos que eu tive é um pouco difícil, mas a verdade é que a quando decidimos algo, principalmente para nossos filhos, precisamos estar seguros/as da nossa decisão: os pequenos precisam desta nossa força e confiança de que tudo dará certo e que sim isso é o melhor para eles. E somente nós, os pais que amam eles mais do que tudo sabem o que é melhor.
E eu não estava com esta confiança, estava com culpa: ao invés de olhar para o futuro, chorava pelo passado. Matriculei a minha filha em uma escola maravilhosa, com pessoas incríveis e só conseguia pensar no que ela deixou para trás, ao invés de pensar nas infinitas possibilidades que vêem pela frente. Se o passado era bom, o novo a vir era melhor ainda! E então acredito, que Helena estava junto comigo neste misto de sentimentos. Acredito muito no processo de “fusão emocional” entre mães e filhos, aonde a conexão é muito maior do que imaginamos, então muitas vezes buscamos respostas neles, que estão em NÓS!
E para que eu pudesse enxergar estas novas possibilidades tão bacanas, precisei me “desconstruir” como uma criança: como se eu fosse a nova aluna da escola eu chorei por minha filha, que se manteve lá todos estes dias firme e forte acreditando que ela venceria este novo passo e desafio.
E foi impressionante: hoje Helena chegou da escola mais feliz, mais leve! Se a angústia saiu de dentro de mim, sinto que saiu dela também.
E assim, agora um pouco mais calma, ainda com os olhos inchados, e mais segura sinto que as coisas serão mais fáceis daqui para frente.
Quando assumimos os sentimentos e os nomeamos somos capazes de enfrentá-los.
Sim, hoje a noite Helena ainda disse: “Não é legal trocar de escola”, mas agora estou ao seu lado com mais força para te dizer: “Isso vai passar filha” e você ainda vai gostar muito da nova escola!
Porque a verdade é que dói encarar mudanças e frustrações na vida, e encarar um filho frustrado dói mais ainda. Dá vontade de mandar o mundo parar por eles! Mas não podemos mudar o mundo para nossos filhos, precisamos pensar sempre no que acreditamos ser o melhor para eles e assim, seguros de nossa decisão os filhos estarão confiantes em suas jornadas a enfrentar.
E como “ser mãe” não vem com manual, a gente rala pra caramba, chora, sofre, e amadurece! Acho que foi um processo necessário para mim: desta vez eu não pude ter controle sobre a frustração da minha filha. Ela vai ter que encarar a nova escola, e fazer novos amigos. E ainda: ela vai amadurecer e crescer muito com isso.
Também fiquei pensando sobre o assunto outro dia quando escutei a psicóloga Rosely Sayão falando na Band News, ela falava sobre a escolha da melhor escola para os filhos e que os pais buscam colocar os filhos ainda pequenos em uma escola que seja melhor para seu FUTURO, quando neste momento da primeira infância, deve-se buscar o contrário: algo que lhes atenda HOJE.
Para ouvir o programa (que vale a pena – imperdível) cliquem aqui – escolham a opção “primeira escola”: http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Colunista.aspx?COD=23
É sabido que a primeira infância é essencial para formação da segurança do adulto, a criança ainda não se conhece, não sabe se expressar ainda por completo e é durante esta “formação” de seu “eu” que a escola têm função muito participativa. Neste momento que várias características serão definidas e por isso é tão importante que os pais estejam atentos a seus filhos e aonde eles estarão.
Então, seguimos em frente mais uma vez!
Torçam por nós e em breve venho contar as alegrias da nova escola!
beijão
Ana
(para acompanhar mais sobre o mommys segue lá no instagram: @mommyslifestylebr)