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Dificuldades alimentares: Meu filho não come. Qual o papel do pediatra?

Quem nunca disse a frase acima ou ouviu alguma reclamação do tipo “meu filho não come” ?Pois é pra nós pediatras é uma queixa muito frequente e que traz muita angústia para os pais . Estima-se que aproximadamente 64% das mães têm alguma essa queixa: Mas Dr(a), meu filho não come nada! “
Entre as crianças que têm dificuldade alimentar, as queixas mais frequentes são:
– 73% não consomem legumes e verduras
– 46% não ingerem frutas
– 30% não comem carnes
– 18% recusam leite e derivados
meu filho não come
A abordagem da dificuldade alimentar é complexa e os aspectos psicológicos tem que ser levados em consideração, já que na maioria dos casos não há um componente orgânico para o problema .
Para que possamos ficar tranquilos que não há nenhuma doença de base levando a dificuldade alimentar devemos ficar atentos a alguns sinais de alerta.
  • Dor à alimentação ou à deglutição
  • Aspiração
  • Vômito ou diarreia
  • Atraso no crescimento ou desenvolvimento
  • Sintomas cardio-respiratórios
  • Engasgo
  • Recusa alimentar após evento traumático
Portanto se não houverem sinais de alerta e se a criança apresentar um bom ganho de peso e altura (mesmo que não seja o esperado pelos pais mas adequado no gráfico de acompanhamento da Oraganização Mundial da Saúde – OMS ) podemos ficar tranquilos e usar as dicas a seguir para melhorar a alimentação .
Então vamos as dicas !
Lembrando que não existe mágica ou vitamina milagrosa que irá fazer seu filho comer brócolis do dia pra noite, mas sim muita paciência, insistência e amor.
  • Evitar distrações durante a refeição ( por exemplo televisão, tablets e celular)
  • Limitar a duração da refeição para até 20- 30minutos
  • Manter uma atitude tranquila durante a refeição
  • Ser o exemplo
  • Nas crianças mais agitadas estabelecer mais disciplina na hora de comer
  • Encorajar a criança a comer sozinha
  • Envolver a criança no preparo dos alimentos
  • Tolerar sujeira na hora da refeição pra criança explorar o alimento
  • Evitar práticas coercitivas de alimentação
Portanto diminuir a ansiedade da pessoa que está alimentando a criança , manter exposição a novos alimentos (não desistir de oferecer após poucas tentativas – por pelo menos 10 vezes ) e promover um ambiente favorável na hora da refeição e de preferência com toda a família é importantíssimo para o sucesso.
Converse sempre com seu pediatra!